Cabo Bruno é assassinado em Pindamonhangaba um mês depois de deixar a prisão

Acusado de chefiar esquadrão da morte dentro da PM, ele foi preso em Araraquara em 1988

28/09/2012 - 03h03

<p style="text-align: justify;">O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno, foi assassinado no fim da noite desta quarta-feira (26), em Pindamonhangaba, no interior de S&atilde;o Paulo, pouco mais de um m&ecirc;s depois de deixar a penitenci&aacute;ria Doutor Jos&eacute; Augusto C&eacute;sar Salgado, no munic&iacute;pio vizinho de Trememb&eacute;, ap&oacute;s cumprir 27 anos de pris&atilde;o.<br />De acordo com a Pol&iacute;cia Civil, Oliveira voltava de um culto religioso com a fam&iacute;lia, por volta das 23h50, e j&aacute; estava pr&oacute;ximo da resid&ecirc;ncia onde vive quando foi abordado por dois homens. Ele desceu do carro e sofreu cerca de vinte disparos, a maioria no rosto e no abd&ocirc;men, morrendo j&aacute; no local. Os parentes, que ficaram dentro do ve&iacute;culo, ficaram ilesos e nada foi roubado.<br />A equipe do 1&ordm; Distrito Policial de Pindamonhangaba, onde o caso foi registrado, acredita em execu&ccedil;&atilde;o. O corpo foi encaminhado ao Instituto M&eacute;dico Legal (IML) da cidade. Ainda n&atilde;o h&aacute; pista sobre o paradeiro dos assassinos.<br /><br />Esquadr&atilde;o da morte nos anos 80<br /><br />Acusado de chefiar um esquadr&atilde;o da morte na pol&iacute;cia, Cabo Bruno foi condenado a 113 anos de pris&atilde;o por matar mais de 50 pessoas, na zona sul de S&atilde;o Paulo, na d&eacute;cada de 80. Com informa&ccedil;&otilde;es de www.jb.com.br.<br /><br /><br />Recapturado em Araraquara<br /><br />Cabo Bruno foi recapturado pela &uacute;ltima vez em Araraquara na madrugada do dia 25 de maio de 1988 por agentes do servi&ccedil;o de intelig&ecirc;ncia da Pol&iacute;cia Militar. Ele estava hospedado h&aacute; 45 dias em um hotel simples na regi&atilde;o da antiga esta&ccedil;&atilde;o ferrovi&aacute;ria, centro da cidade e foi surpreendido dormindo por cinco policiais &agrave; paisana. O matador estava armado, mas n&atilde;o reagiu &agrave; pris&atilde;o.<br />A segunda fuga de cabo Bruno do pres&iacute;dio militar Rom&atilde;o Batista, de S&atilde;o Paulo, teve como motivo sua revolta por n&atilde;o ter sido beneficiado com o indulto de Natal. A primeira pris&atilde;o dele foi em 19 de setembro de 1983, mas em 17 de junho de 1984 ele escapou pela primeira vez, usando um guarda como ref&eacute;m. Em 21 de mar&ccedil;o de 1985 foi preso recapturado em Paragominas, no Par&aacute;.<br />A pris&atilde;o de cabo Bruno em Araraquara foi comemorada pelo comando da Pol&iacute;cia Militar. O comandante geral da corpora&ccedil;&atilde;o paulista &agrave; &eacute;poca, coronel Wilson Correa Leite, desabafou: "A PM est&aacute; de alma lavada". Era uma resposta a setores da sociedade que acreditavam que a PM n&atilde;o tinha interesse em prend&ecirc;-lo.</p>